Os slings são uma
faixa de malha de polipropileno implantada por cirurgia minimamente invasiva
para tratamento da incontinência urinária de esforço. Inventados na década de 90, estes implantes
revolucionaram o tratamento da perda de urina ao tossir, rir, espirrar e
levantar peso, com taxas de sucesso em torno dos 90%.
No entanto, como
acontece com qualquer implante, complicações podem ocorrer e, em muitos casos,
a retirada completa do implante pode ser necessária. Ocorre que a cirurgia para
retirada de um sling é complexa e pode trazer complicações.
Neste estudo,
avaliamos os resultados da ressecção completa de slings em 31 mulheres operadas
entre 2017 e 2019.
De forma geral, observamos
resolução completa dos sintomas em 10 dos 31 pacientes (32,3%), outros 9 dos 31
(29,0%) pacientes relataram melhora clinicamente significativa, 2 dos 31 (6,5%)
não apresentaram melhora na dor e 10 dos 31 (32,3%) relataram piora da dor ou
uma dor nova, que não era sentida antes da cirurgia. Complicações
pós-operatórias ocorreram em 9 (29,0%) pacientes, todos classificados como grau II de
Clavien-Dindo[NL1] . Dezenove (61,3%) relataram recorrência da
incontinência urinária de após a cirurgia.
[NL1] O sistema de classificação de Clavien-Dindo é um método usado para avaliar
a gravidade das complicações cirúrgicas. O grau II de Clavien-Dindo se refere a
uma complicação que requer intervenção farmacológica ou tratamento cirúrgico
menor, sem a necessidade de internação prolongada ou reoperação. Em outras
palavras, é uma complicação considerada moderada, mas que pode ser resolvida
com tratamentos relativamente simples.