A incontinência urinária, que é a perda involuntária de urina, pode acontecer em idosos e é uma condição frequente nessa faixa etária, afetando significativamente a qualidade de vida, trazendo desconforto físico, constrangimento e isolamento social, além de grande impacto no contexto biopsicossocial desses indivíduos. A prevenção e o tratamento adequados são essenciais para gerenciar essa condição e garantir um envelhecimento mais saudável e ativo.
Uma das formas mais eficazes de prevenir a incontinência urinária é através do fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico, cuja função é dar suporte à bexiga e à uretra e ajudar no controle da liberação da urina. Com o passar dos anos, pode ocorrer seu enfraquecimento devido a fatores como o envelhecimento, gravidez, parto, climatério, obesidade e até algumas cirurgias.
E seu fortalecimento pode ser alcançado por meio de exercícios específicos, conhecidos como exercícios de Kegel, os quais envolvem a contração e o relaxamento da musculatura perineal.
A sua prática requer, idealmente, orientações de um profissional especializado em fisioterapia pélvica, que ensine a técnica e auxilie na identificação da musculatura que deve ser exercitada, que é aquela usada para interromper o fluxo de urina durante a micção. Uma vez identificados, estes músculos devem ser contraídos por alguns segundos e relaxados na sequência, ciclicamente, visando ao aumento progressivo do tempo de manutenção da contração e do número de repetições, sendo importante realizar os exercícios de forma personalizada e regularmente para obter resultados efetivos.
Além de ser usado como método de prevenção, o método de
Kegel, pode ser proposto como uma forma conservadora de tratamento para a
incontinência urinária.
Pode, ainda, associado a outras terapias
comportamentais, como o treinamento da bexiga, e que podem ajudar no aumento da
capacidade da bexiga e o do intervalo entre as idas ao banheiro. Em alguns
casos, dispositivos auxiliares, como cones vaginais ou pesários, são
recomendados para ajudar na qualidade da contração muscular, melhorando o
controle urinário e a sustentação dos órgãos pélvicos.
Em situações nas quais estas
abordagens não invasivas se mostram insuficientes, existem alternativas de
tratamento farmacológico e cirúrgico. Os médicos podem recomendar o uso de
medicamentos destinados a diminuir as perdas urinárias ou para expandir a
capacidade de armazenamento da bexiga, ou indicar intervenções cirúrgicas, particularmente
em situações de perdas de urina aos esforços ou diante da ocorrência de
prolapso dos órgãos pélvicos.
Cuidados em casa
Para cuidados em casa, é importante criar um ambiente que facilite o acesso ao banheiro, com iluminação adequada e caminhos livres de obstáculos. O uso de roupas fáceis de remover também pode ajudar, assim como a manutenção de um cronograma regular para urinar, o que pode prevenir acidentes. Além disso, o uso de fraldas ou absorventes específicos para incontinência, pode proporcionar conforto e evitar situações embaraçosas. Sendo importante manter uma boa higiene pessoal para prevenir irritações e infecções.
É essencial que os idosos com
incontinência urinária consultem um profissional de saúde para obter um
diagnóstico correto e um plano de tratamento personalizado. Com a abordagem
certa, é possível gerenciar a incontinência urinária de forma eficaz,
permitindo que os idosos mantenham sua independência e qualidade de vida.