Tratamento neuromotor com realidade virtual


Pesquisas classificam a realidade virtual como um método de tratamento muito bem sucedido. No âmbito da Fisioterapia, essa modalidade visa melhorar as habilidades motoras e auxiliar na recuperação muscular de forma não invasiva e segura. 

Pacientes com disfunções neurológicas que passam por sessões de fisioterapia com realidade virtual podem obter melhorias significativas no movimento do braço e da mão, bem como no equilíbrio.

Segundo a Dra. Emily Keshner, professora de fisioterapia da Temple University, localizada na Filadélfia (EUA), ao usar a realidade virtual, é possível controlar o que está acontecendo ao redor do paciente e medir que tipo de impacto está tendo na capacidade de mudança do paciente. 

“Nós os expomos repetidamente a isso e damos a eles feedback sobre como eles podem reagir para evitar que caiam”, ressalta Keshner.

Estudos com o procedimento

A realidade virtual ainda está em seus estágios iniciais de práticas médicas e de reabilitação, mas é fácil perceber os benefícios dessa tecnologia que vem sendo testada por diversas frentes. 

Ela tem o potencial de oferecer aos estudantes, pacientes e profissionais oportunidades de aprimorar suas habilidades e aprender novos conceitos em um ambiente seguro e imersivo enquanto se divertem como um jogador de games.

Em um estudo publicado no jornal científico Scientific Reports, oito participantes que tiveram uma lesão medular por pelo menos três anos foram submetidos a treinamento em longo prazo, que incluiu a realidade virtual. Todos os oito pacientes que participaram do estudo obtiveram algum controle motor e 50% deles foram submetidos a uma classificação incompleta de paraplegia.

Os resultados finais foram alcançados primeiramente colocando os participantes em um ambiente virtual usando um oculus rift, ou seja, os óculos de realidade virtual aumentada. Nesse ambiente, os pacientes aprenderam a usar a atividade cerebral para controlar uma versão de avatar de si mesmos e fazê-la andar em volta de um campo de futebol. 

Os pacientes também usaram uma camiseta especialmente projetada que fornecia feedback tátil para os antebraços, estimulando a sensação de tocar o chão, por exemplo. Os braços eram tratados como pernas fantasmas e enganavam o cérebro, fazendo assim com que o paciente sentisse que estava andando enquanto moviam os braços.

Procedimento, indicações e consultas

É usado um sistema infravermelho que capta os movimentos do paciente, que participa de um game previamente determinado a fim de que ele realize posturas e movimentos fundamentais para a melhora do sistema neuromotor. 

Vale ressaltar que tudo é acompanhado atentamente pelo terapeuta, inclusive a análise dos resultados obtidos em cada atendimento.

Essa modalidade de tratamento é recomendada para pessoas com alterações no sistema neuro-músculo-esquelético que apresentem comprometimento no equilíbrio, marcha, atividades funcionais etc.

O grande diferencial é a motivação, ideal para pacientes idosos, crianças e pessoas com distúrbios emocionais.

Inicialmente é feita uma avaliação do caso. Nessa primeira consulta será determinado o tempo, a frequência e o tipo de tratamento pertinente para cada caso. 

O procedimento pode ser feito uma, duas ou até três vezes por semana. Em alguns casos, é possível realizar o tratamento diariamente.

Dr. Felipe F. Lemos - CREFITO-3/69760-F

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