Como a Eletromiografia de Superfície pode ajudar no processo de reabilitação muscular?


A Eletromiografia de Superfície (EMGs) tem sido sugerida como um bom marcador para a saúde e a função do músculo. É uma ferramenta de avaliação e tratamento de disfunções musculares, que fornece dados sobre as atividades do(s) músculo(s), além de informação diagnóstica que pode ser útil para definir o plano de tratamento mais adequado.

A EMGs pode detectar a atividade muscular em pacientes com ou sem movimentos visíveis abaixo do nível da lesão espinhal; permite avaliar a força daqueles músculos que são difíceis de mensurar, como os do tronco, além de fornecer dados das propriedades neuromusculares no repouso ou sob movimentos passivos.

Permite ainda avaliar a atividade de vários músculos ao mesmo tempo, durante atividades motoras complexas, incluindo atividades de vida diária, marcha ou movimentos de alcance e preensão. Também auxilia na compreensão de quais músculos apresentam fraqueza muscular e quais são aqueles que não são essenciais para determinada atividade.

São acoplados à pele dois tipos de eletrodos não invasivos para capturar os sinais da EMGs: o passivo e o ativo. O eletrodo ativo é acoplado no centro do músculo alvo de acordo com a localização predefinida segundo o protocolo a ser utilizado. O passivo é colocado em um local distante que não cause interferência na realização da tarefa a ser analisada. O sinal da EMGs representa a atividade elétrica da unidade motora e adquire uma forma de acordo com os potenciais de ação.

A inclusão da avaliação com EMGs na prática clínica fornece importante informação para melhor definir a conduta a ser utilizada no processo de reabilitação, com a finalidade de otimizar a função motora residual. Além disso, fornece evidência que possibilita o acompanhamento da evolução do paciente ao longo do tempo, além de direcionar a um tratamento específico, evitando intervenções desnecessárias.

* Simone Yoneyama, Fisioterapeuta do INCREASING, CREFITO 3: 95909-F, escreveu este artigo.

Referências Bibliográficas:

Balbinot, G., et al. Properties of the surface electromyogram following traumatic spinal cord injury: a scoping review. J. NeuroEngineering Rehabil. 18:105. 2021.

Papagiannis, G.I, et al. Methodology of surface electromyography in gait analysis: review of the literature, Journal of Medical Engineering & Technology, 43:1, 59-65. 2019