A Tensão Pré-Menstrual (TPM) e o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM) são duas condições semelhantes que afetam as mulheres durante a segunda fase do ciclo menstrual (semanas antes da menstruação). Ambas são caracterizadas por sintomas físicos e emocionais, e a diferença entre elas se encontra na intensidade e na gravidade do conjunto de queixas.
A maioria das pessoas que menstruam têm alguns sintomas antes desse período, mas somente cerca de 20 a 30% tem um conjunto de sinais regulares que se caracterizam como Tensão Pré-Menstrual. Já o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual tem prevalência estimada entre 3 a 8% das mulheres e, por muitas vezes, é negligenciado ou diminuído, fazendo com que suas portadoras sofram com alterações de humor e funcionalidade por anos.
Os sintomas mais comuns da TPM podem incluir alterações de humor, irritabilidade, ansiedade, sensibilidade emocional, inchaço abdominal, dores de cabeça, dores nas mamas, cansaço, alterações no apetite, alterações no sono, falta de concentração e desejo por alimentos doces ou salgados.
O TDPM tem os mesmos sintomas da TPM, porém com características mais marcantes de humor depressivo, de ansiedade, e de irritabilidade emocional. O interesse nas atividades diárias pode ser reduzido e os sintomas podem ser intensos o suficiente para interferir na rotina diária. Geralmente, é um transtorno angustiante e impactante para quem o experimenta.
A intensidade e a variedade dos sintomas podem mudar entre as mulheres e de ciclo para ciclo. No entanto, para que seja diagnosticada como uma síndrome ou um transtorno é necessário que haja um padrão de sintomas físicos e emocionais cíclicos e que os mesmos tenham impacto na vida da pessoa que menstrua.
O TDPM ainda é pouco esclarecido, mas pode ter relação com os níveis hormonais do ciclo menstrual. A variação dos níveis de alguns hormônios, como a progesterona, parece estar associada aos sintomas, bem como à variação de alguns neurotransmissores, como a serotonina, que participa no controle do humor. Nos casos mais intensos, que interferem negativamente a qualidade de vida, pode-se considerar o uso de algumas medicações como as pílulas contraceptivas hormonais para controle das variações hormonais ao longo do ciclo; uso de diuréticos; e em pessoas com relevante alteração de humor e de funcionalidade pode-se considerar o uso de antidepressivos.
Ambas as situações devem ser valorizadas e as mulheres estimuladas a acompanharem as manifestações de seu ciclo menstrual, além de orientadas quanto as medidas de estilo de vida para controle do mesmo, com observações particulares do que melhor as auxilia durante esta fase.
Além de um diagnóstico assertivo e do autoconhecimento dos sintomas, a mulher pode adotar medidas a fim de amenizar o impacto desse período em sua vida. Isso pode incluir orientações nutricionais específicas para controle de inchaço, por exemplo, associado também a um plano de exercícios físicos que respeite as variações de seu ciclo e ainda um bom suporte psicológico e psiquiátrico para a manutenção de sua saúde mental, conforme necessário.
O ginecologista é o profissional que mais tem contato com a mulher em sua idade reprodutiva e, portanto, deve incluir em sua rotina a investigação da síndrome pré-menstrual e do transtorno disfórico pré-menstrual, de forma a diagnosticar precocemente estas condições, sendo capaz de oferecer os recursos necessários para seu tratamento adequado.
A TPM e o TDPM são desafios que muitas mulheres enfrentam mensalmente, mas com a orientação adequada e a adoção de estratégias de controle, é possível minimizar seus efeitos na vida diária. É essencial buscar apoio médico e cuidar da saúde física e mental para enfrentar essas condições de forma mais tranquila e equilibrada.
Para saber mais informações entre em contato pelo telefone (11) 3938-6177 ou se preferir envie uma mensagem pelo WhatsApp no número (11) 98102-0372.